JM
FODA-SE
Há surtos de minha existência que vem com a essência morta dos momentos, eu perco fôlego, pois vôo em meu buraco negro que chamo de mente.
Tenho me buscado arduamente, como uma cega no deserto, que sente a luz e tem medo de abrir os olhos. Mas, a conexão dos pontos óbvios da realidade me perturbam, oprimem o brilho da vida.
Foda-se.
Eu quero gritar os pulmões de sinergia, quero que o mundo ouça que a vida é mais que apenas morrer no fim do dia. Encontrei borboletas em minhas entranhas, batem as asas para o sentir da vida.
Foda-se.
Meu coração bate em outro ritmo, os olhares cheio de vida me deixam derretida, e até mesmo a melancolia agradaria meus surtos diários, como um álbum meloso de Caetano ao entardecer.
Foda-se.
Eu acordei com acordes bem bolados em sintonia, talvez esse permitir seja inerente, pois na escuridão de seu olhar me prendo.
Foda-se.
Um dia eu grito para ti que tenho medo, quiçá, isso seja segredo. Não queria admitir, mas aparentemente essas borboletas, para longe, não conseguem ir.