JM
Mover e não morrer, ir e não matar: sustentabilidade e mobilidade
Vivemos em um ambiente propício para a existência, e um dos princípios básicos da vida é o direito de ir e vir, tendo assim condições de sobreviver. Viver em sociedade é conviver mutuamente com diversas realidades, coexistindo em uma só casa: o planeta Terra.
Sabemos que os humanos são como um vírus, pois destruímos e degradamos o ecossistema em que vivemos pela ganância do consumo. E um exemplo escrachado de que estamos matando nossa casa é como nos locomovemos por aqui, ou seja, mobilidade urbana.
Os problemas ambientais causados pela raça humana tem como consequência o fim da nossa própria existência, pois estamos dificultando que as próximas gerações consigam sequer sobreviver, por falta de água, ar, comida... E, com um sistema organizacional voltado para o consumo desenfreado de recursos acabáveis, estamos vivendo um presságio do trágico.
Tá, isso todo mundo já sabe, de alguma forma temos o mínimo de entendimento que estamos matando o planeta, apesar dos humanos pouco se importarem com isso. E o que isso tudo tem a ver com mobilidade urbana, você deve estar se perguntando.
Temos que aprender a criar a cultura de que precisamos conviver de forma sustentável com o planeta, independentemente se isso traz lucro imediato ou não, precisamos mudar a forma como habitamos aqui. O mínimo de consciência coletiva, entender que nos movemos juntos e, individualmente, em ritmo com o nosso próprio mundo.
Estamos no século da informação, da revolução tecnológica e da luta pela liberdade. Sabemos que não precisamos usar petróleo para fazer nossos automóveis se moverem, que podemos dividir espaços coletivos para mover em longas distâncias: aviões, ônibus, trens, metros.. E o mais importante, sabemos a importância de construir cidades inclusivas, que permitam que as pessoas possam ir e vir independentemente de suas condições físicas e econômicas.
E você deve estar pensamento que falo de coisas utópicas, não caro leitor, estou falando de planejamento urbano. Ruas que consigam atender bicicletas, carros, motos, ônibus, pedestres e cadeirantes de forma equilibrada e justa. Se nossos governos, que têm o dever de administrar a convivência coletiva, realmente se preocupasse com nossas vidas estaríamos minimamente nos movendo de forma decente.
Teríamos ônibus de qualidade – e sustentáveis, ruas com asfalto decente e calçadas largas e niveladas para que deficientes possam se mover sem dificuldade, ciclovias decentes...
A luta pela mobilidade urbana engloba não somente os absurdos que os donos do poder empurram para o povo – como o aumento das passagens, da gasolina ou os cortes nos passes estudantis, mas toda a forma como convivemos em sociedade.