Marcus Vinícius Beck
Certeza que deseja se mover por Goiânia?
Roberto da Costa Nunes (nome fictício) é cadeirante, e está preso na calçada em frente a sua casa. Ele mora no setor Novo Mundo, e diariamente fica impossibilitado de trafegar pelas calçadas. “Ninguém me ajuda”, queixa-se ele.
A cena descrita acima é ficção, mas acontece corriqueiramente nas grandes cidades brasileiras, cujos cadeirantes tem seu direito de ir e vir cerceado por incompetência do Poder Público. Mas, convenhamos, mobilidade urbana nunca foi o fundamental nas gestões estadual e municipal, menos em época de eleição, é claro. Aí, os senhores enforcados em seus ternos ridículos alardeiam melhorias à população que nunca vão se concretizar.
Transporte ‘público’ lotado, caro e ineficiente; motoristas inconsequentes, ruas escuras e perigosas, asfalto esburacado... E o Poder Público? Corriqueiramente desvia verba que deveria manter a estrutura da cidade para seus bolsos sem fundo.
Recentemente, inebriado pelo ritmo incessante do noticiário, eu percebi uma curiosidade: senhoras também sentiam os perigos dos descasos que os ratos engravatados proporcionavam à população, uma vez que calçadas desniveladas denotam a importância que os governantes dão para a população.
Isso que chamam de “mobilidade”?
Ah, cara, relaxe, a cidade é assim mesmo...