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  • Rosângela Aguiar

A alta do preço dos combustíveis já tem reflexo direto na economia do país

“Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém” - Rousseau.

Para fazer caixa o que os governos fazem? Aumentam impostos. E nós trabalhadores/assalariados como podemos fazer caixa? Não podemos fazer nada! A nós, resta reduzir custos para fazer o salário render até o final do mês. Economizamos, deixamos de comprar.

Aí vem uma pergunta: A tal democracia não é do povo, para o povo e pelo povo? É do povo porque somos nós que elegemos os governantes. Não é nem para e nem pelo povo, porque os políticos trabalham para si próprios e para os seus grupos. Vide o aumento do combustível e seus reflexos na economia.

Para entendermos melhor, vamos lembrar um fato. O Governo Federal gastou bilhões com o que não deve (uma destas coisas foi a distribuição de dinheiro para parlamentares por meio de emendas no Congresso para garantir a aprovação de leis que favorecem poucos e ao próprio governo – leia-se presidente Temer), gasta mal o dinheiro público e joga a conta no colo do contribuinte – leia-se população das classes B e C.

E foi assim que o Governo Federal anunciou primeiro a redução do preço do combustível nas refinarias. Alegria geral do povão, que nem chegou a sentir no bolso direito e veio a notícia. Aumento dos impostos PIS e Confins sobre os combustíveis. E o preço disparou rapidamente nas bombas. E a população começou a reduzir o consumo de gasolina, álcool. Mas como precisa, não deixa de abastecer os veículos.

A alta do preço dos combustíveis deixou os fretes mais caros. Resultado, aumento do preço dos alimentos, em especial da cesta básica como arroz, feijão, frutas, verduras, farinha, agua, ovos, batata, carne. Basta dar uma volta no supermercado ou feira para sentir no bolso o peso deste aumento de impostos. É o que prevê a Associação Brasileira de Supermercados – ABAS, que já sente o impacto nos preços dos produtos.

Em Goiás veio um agravante, o anúncio do aumento do ICMS, outro imposto sobre os combustíveis, mas estadual. Resultado, a gasolina, para citar um exemplo, em Goiás passou dos R$ 4,00.

Em meio a tudo isto e prevendo o efeito cascata do aumento do preço dos combustíveis, o juiz substituto da 20º Vara Federal do Distrito Federal acatou pedido de liminar para suspensão do aumento do PIS e Confins a pedido de uma ação popular. Mas a decisão do juiz era provisória como toda e qualquer liminar. A Advocacia Geral da União – AGU – logo recorreu alegando que o Governo Federal deixaria de arrecadar R$ 78 milhões por dia e que em 2017 o aumento destes impostos deve gerar R$ 10,4 bilhões neste ano. Isto mesmo, mais de 10 bilhões de reais!

Ai vem a pergunta que não quer calar: Este dinheiro todo será revertido em benefícios para a população? Ora, ora, tolinhos! Claro que não! Mas gera o chamado efeito cascata na economia como bem previu o juiz substituto do DF, que viu a liminar ser derrubada pelo desembargador Hilton Queiroz, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

O aumento dos impostos sobre os combustíveis já começou a gerar seus efeitos negativos para a economia. Além da alta de vários produtos alimentícios e gêneros de primeira necessidade por conta do aumento do frete previsto para ficar entre 2,5% a 4% em todo o país. Lembrem-se, o Brasil é um país cujo transporte se dá pelo meio rodoviário. Quase não existem linhas férreas ou hidrovias que poderiam baratear os custos, as tarifas do transporte coletivo em todo o país devem subir. Pelo menos em Goiás cujo valor foi congelado por um acordo com o Governo Estadual, o SET, Sindicato das Empresas de Transporte, já começa a colocar a questão em pauta e pedir a revisão da passagem de ônibus alegando alta dos custos. Por enquanto na Região Metropolitana de Goiânia a tarifa do ônibus continua a R$ 3,70. Ate quando é uma incógnita para nos reles mortais.

No final de julho o Governo Estadual anunciou aumento do ICMS que incide sobre os combustíveis. E outro setor começou a reclamar. O Sindiposto, sindicato dos donos de postos de combustíveis em Goiás, já fala em queda no consumo e fala que cerca de 30% dos postos podem fechar as portas e que muitos já estão fechando. Mais um resultado negativo para a economia, já que postos de trabalho (com perdão do trocadilho) serão fechados nos postos de combustíveis e mais gente entrara para a fila dos milhões de desempregados no país.

E em Goiás, mais especificamente na Região Metropolitana de Goiânia, o reflexo deste aumento do preço dos combustíveis pode ser maior. O acordo entre Governo Estadual e empresários do transporte coletivo congelou o valor das tarifas e foi por um motivo simples. Dinheiro líquido e certo no caixa das empresas uma vez que o Governo Estadual vai pagar integralmente as viagens dos estudantes e elimina a meia passagem.

Ou seja, as empresas recebem o valor integral das passagens dos estudantes que perdem o direito de circular pela cidade pagando meia passagem e são obrigados a usar o Passe Livre apenas para ir e vir da escola, faculdade, curso e só! Nada de atividade cultural, nada de fazer trabalho da faculdade ou colégio fora do horário regular. Se quiser terá que pagar a passagem integral.

E quem paga esta conta? Os mais pobres, aqueles que pouco tem, terão menos ainda, sem falar que já estão sentindo o peso destes aumentos no caixa do supermercado. E tudo isto com o discurso de que é necessário equilibrar as contas públicas. E as nossas, como vamos equilibrar?

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