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  • Foto do escritorMarcus Vinícius Beck

Trambique: o transporte público em Goiânia

Muito prazer, bem-vindo, estou sentado num ponto de ônibus, na avenida Pedro Ludovico, no Setor Central, sou um repórter proustiano em busca do tempo perdido e aqui começa algumas confissões sobre a máfia governamental que opera livremente o transporte público na capital.

São muitas emoções... o que importa é que as vivi.

Sim, amigo leitor, andar de ônibus é uma aventura diária. Todavia, os barões que negociam a sete chaves como farão para ganhar mais dinheiro não fazem a mínima questão de ter mais transparência. E, com isto, apanhamos coletivos que não prestam sequer uma mobilidade tranquila.

O interessante nisso é que se até os donos do poder, do Paço Municipal ao palácio Pedro Ludovico, deixam-se dominar pela velha e boa verborragia da cretinice – são todos meros cretinos fundamentais, para parafrasear o mestre mor da crônica brasileira, Nelson Rodrigues.

Lógico que ainda vivemos uma ditadura. Vivemos, de fato, uma ditadura da grana, do manda quem pode obedece quem tem juízo. Dinheiro é dinheiro, meus amigos. Os editoriais dos jornais, ao invés de esclarecer o trambique por trás dos contratos com as empresas que operam o transporte público, levantam a cabeça, colocam as mãos nos bolsos e seguem o jogo. Até as vírgulas são colocadas indevidamente pelos editorialistas dos jornalões.

A classe dirigente sabe que democracia, controlada, dividida entre os diversos centros de poder é

o melhor negócio. O diabo é mostrar isso para a maioria da população. Esse povo que anda enforcado em seus ternos e suas gravatas de quinta estão cada dia mais atrevidos.

Infelizmente, como diz Simon Bolívar, a gente nunca vai ser afortunado. Primeiro: mover-se pela cidade, que foi erguida pelo povo, é complicadíssimo. Segundo: aparelhos de segurança do Estado controlam seus pensamentos, seus modos, suas falas... e tudo por meio de um grupo no whatsapp, lembra da matéria que saiu no ano passado?

Não? Bem, vou explicar: em novembro do ano passado, o site Ponte Jornalismo noticiou que o governo do tucano Marconi Perillo (PSDB) infiltra policiais em manifestações com um o propósito de sondá-los. Muita gente caiu com essa brincadeira de extremo mal gosto, e foi parar no xilindró.

Sim, o deslocamento e o direito de protestar é uma das necessidades humanas. Muito além do direito de ir e vir, o conceito de mobilidade está ligado ao deslocamento de pessoas e bens dentro das cidades, possibilitando o acesso a mercadorias e a convívios sociais.

Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que 9,5% dos brasileiros gastam mais de uma hora para chegar ao trabalho. Em Goiânia, por exemplo, o tempo gasto chega a ser maior. E, se o trabalhador depender do CityBus, então...

Precisa-se, urgentemente, de um sistema de transporte que facilite a vida da população, fazendo com que se tenha melhor aproveitamento do espaço urbano, possibilitando ainda integração de formas alternativas, que, se possível, visem melhorias significativas ao meio ambiente.

Com uma mobilidade sustentável, os ganhos para a sociedade transcendem a esfera econômica, gerando mais inclusão social e, principalmente, qualidade de vida à população. No fim das contas, vale a pena.

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