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  • Foto do escritorJM

Existe esperança?

Estamos há algumas semanas falando de mobilidade urbana e como Goiânia é uma cidade com uma péssima infraestrutura por descaso do governo, falamos sobre ideais e porquês, porém, não falamos ainda se existem lugares que o que pregamos é colocado em prática.

Pois bem caro leitor, a matéria de hoje é: existe esperança, experiências que deram certo. Mobilidade urbana sustentável não é utopia. É real, é possível.

Enrique Peñalosa é economista e foi prefeito de Bogotá, ele implantou medidas tão radicais para a mudança do hábito urbano que quase sofreu impeachment em seu mandato, que foi de 1998 à 2002. Como ele mesmo afirma, “Uma boa cidade não é aquela em que até os pobres andam de carro, mas aquela em que até os ricos usam transporte público. Cidades assim não são uma ilusão hippie. Elas já existem”, e existem mesmo, Bogotá é um exemplo disso.

Com faixas exclusivas para ônibus, calçadas acessíveis, restrição de estacionamentos e 420 quilômetros de ciclovias mudaram completamente a realidade urbana da capital colombiana, que hoje é exemplo de mobilidade na América Latina.

E como afirma Peñalosa, mudanças na estrutura urbana são uma decisão política, “Calçadas são um direito do cidadão. Ter carros estacionados é uma decisão política. Não há nada técnico, nem legal que obrigue a ter vagas. Estacionar não é um direito constitucional”.

Um sistema de mobilidade sustentável não é somente realidade na Colômbia, nosso querido país vizinho, na Espanha por exemplo, foi implantado um Pacto de Mobilidade, com várias metas a serem cumpridas por qualquer prefeito que assuma a gestão da grande cidade Barcelona.

Alguns pontos desse decreto são: transporte público de qualidade; melhorar a velocidade do transporte público; aumentar a área e a qualidade da calçadas; melhorar a segurança e o respeito entre os usuários dos diferentes modos de transporte; promover o uso de combustíveis limpos; promover o uso de bicicletas como modo habitual de transporte; entre outro pontos que visam sempre melhorar a mobilidade urbana na cidade.

Esse decreto foi assinado em 1998, e quase 20 anos depois, as melhorias são claras, Barcelona é exemplo de mobilidade no mundo. Já Amsterdã, cidade europeia conhecida mundialmente por se usar bicicleta com meio de transporte, tem um plano de mobilidade que é seguido pela Secretaria de Transporte, Habitação e Meio Ambiente.

Em Los Angeles, nos Estados Unidos, foi implantado em 1960 pela prefeitura faixas exclusivas para os HOVs, que são carros híbridos, elétricos, carros com apenas dois lugares e carros com todos os lugares preenchidos. Essas faixas recebem cerca de 1,3 mil carros por hora enquanto as faixas normais recebem 1,8 mil veículos.

Já em Londres, existem semáforos que se adaptam de acordo com os veículos, ou seja, ele fica verde quando os ônibus estão se aproximando. Além de cobrarem pedágio para carros no centro da cidade, o que faz com que as pessoas andem a pé, ou usem o transporte público. Em Cingapura existe pedágio urbano desde 1975, e todo o dinheiro arrecadado é usado para melhorias do transporte público.

Em Brisbane, na Austrália o governo decidiu implantar estacionamentos gratuitos nas proximidades do metrô, trem e ônibus. Assim, eles garantem que a população prefira usar o transporte público na região metropolitana, o que garante uma emissão menor de CO2 e reduz o tráfego carregado.

Mobilidade Urbana é uma escolha política, melhorar a vida do cidadão é um exemplo democrático e principalmente, um direito constitucional. Temos exemplos de que investir no transporte público não somente melhora o ir e vir da população, como transforma a mobilidade em algo sustentável.

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