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  • Marcelo Rocha

Eu, Rafael Braga?



Hoje está sendo julgado na primeira câmara do TJRJ, o caso do jovem Rafael Braga Viera, jovem que foi preso nas manifestações de 2013 quando portava uma garrafa de Pinho Sol e uma agia sanitária e as garrafas foram "confundidas" com materiais explosivos mais especificamente coquetéis molotov. Rafael foi julgado, CONDENADO e enquanto respondia sua pena em liberdade mas usando a tornozeleira eletrônica, foi forjado por PMs que estavam na vila cruzeiro e segundo eles Rafael pertencia ao crime organizado e tinha sob seu porte 0,6 gramas de maconha e 9,3 gramas de cocaína e mais uma vez o Rafael foi condenado dessa vez por tráfico e associação ao tráfico sendo que foi preso sozinho.

Mas achar que o Rafael Braga é um caso único e que a justiça deve vir apenas sobre esse caso é um equívoco, pois eu que aqui vós escrevo apenas não sou mais um nos números do genocídio ou do encarceramento por mera "sorte". Lembro até um dia, onde longe de todo e qualquer "estereótipo de traficante", bem vestido ainda estagiário do ensino médio na DPE-SP, voltava para casa e decidi encontrar alguns amigos na frente da estação e enquanto esperava a chegada deles, um rapaz chegou até mim e pediu uma ajuda para voltar para casa pois havia sido roubado há pouco, não pensei duas vezes e ofereci o valor da passagem e enquanto abria a carteira, logo chega várias viaturas e já gritam mãos na cabeça, com suas armas em punho perguntam nome, pedem RG, onde moro e o que fazia na rua (em uma sexta por volta das 20h), eu em choque pouco entendia o que estava havendo, e enquanto perguntava chegou outra viatura com uma mulher que bateu as características com o rapaz que havia vindo pedir dinheiro, a única diferença entre nós era a cor da pele, e automaticamente eu virei o "suspeito" que poderia ter tomado um tiro ou até mesmo estar respondendo por esse crime, pois o que incrimina pouco é lei, mas é melanina.


Todos os dias milhares de Rafaeis são levados aos grandes presídios, jovens que viverão onze, doze, quinze, vinte anos enjaulados sem ter qualquer crime, julgados apenas pelo policial que gera o flagrante e se não produzido há tempo e mais um pra lista do genocídio do estado. Lutar por Rafael é lutar contra o racismo, não podemos ver nossas juventudes nas grades, principalmente quando a principal forma é a suposta guerra as drogas que assassinam centenas nas periferias, mas que helicópteros são abafados, que mantém Braga preso e absolve o filho da desembargadora que portava 126 KG de maconha, além das armas. Ninguém é preso por um pinho sol, Rafael foi preso pois o estado é racista, a PM é racista e a única forma de defesa é a luta anti-racista.

#LibertemRafaelBraga

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