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“Uh, Legaliza!” #1

Marcha da maconha e maconhaço!

Ao buscar uma aproximação entre as experiências das Marchas da Maconha, vemos uma descontinuidade entre a presença da juventude trabalhadora do tráfico e suas intenções de organização.

Por se tratar de uma pauta que envolve ilícitos muito facilmente instrumentalizados pela perseguição política \ policial, os envolvidos mais diretamente com o cotidiano do mercado de ilícitos não pode se organizar com demandas políticas específicas.

Por isso surge um fenômeno chamado maconhaço, que é a expressão “desorganizada” da marcha da maconha. Ele tem um duplo impacto sobre o evento: fortalece as fileiras do movimento antiproibicionista e enriquece as pautas mais elaboradas e propositivas dentro do mesmo, aquelas relativas à economia e ao mercado de drogas.

Tal evento subterrâneo se dá quando um número expressivo de participantes da marcha da maconha subverte os propósitos declarados pelo evento e o toma como álibi para fumar uma droga proibida diante de agentes da lei e concidadãos, eventualmente contrários à prática.

Uma grande nuvem se forma acompanhada da impunidade que a tal ação lhe é devida: autonomia sobre o próprio corpo e garantia dos direitos incontestáveis relativos a ela.

O maconhaço, enfim, representa o que de mais forte e profundo tem o movimento antiproibicionista: a ação direta!

Quando a marcha reconhece o porte de maconha como crime e sugere que ninguém traga qualquer tipo de droga ilícita ao evento ela é estratégica, pois sinaliza a seus militantes, aos mais e aos menos “orgânicos”, a cada um que já possui a práxis de se defender constantemente das forças de repressão proibicionistas.

Quando o maconhaço se rebela e promove a marcha anual a revelia do movimento antiproibicionista organizado, ele é a expressão da persistência da juventude periférica, que tem como base de sua subsistência a economia, o mercado e a cultura do consumo de drogas ilícitas.

Tal juventude com sua presença, ainda que resista ao debate pró legalização no âmbito da saúde pública e do bem estar social enquanto projeto político organizado, impõe a permanência do debate e o defende com sua auto afirmação, a de seus corpos e a de sua cultura.

Dois movimentos, taticamente unidos: marcha da maconha e maconhaço terão vida longa e cada vez mais legitimidade rumo à legalização!

“Nossa vitória não será por acidente!”

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