Marcus Vinícius Beck
Uma mulher
Amigo sofredor, por obséquio, não há nada mais genuinamente belo do que o andar feminino. É o verdadeiro equilíbrio do mundo, como filmou o gênio da sétima arte, Truffaut, na fita O Homem Que Amava As Mulheres. Será que é possível haver algo mais deslumbrante que o jeito gostoso delas caminharem pelo no planeta? Antes que você se arrisque, me adianto: não.
Jamais, é claro. Não se iluda, nada pode ser mais maravilhoso, estonteante e apaixonante do que a harmonia das mulheres: nem o gol do Timão no final de semana, nem o jogo do Timão - aquele que vale a ponta da tabela, especialmente quando se está num boteco para assisti-lo. Mas eis que de repente me apareceu um brotinho lindo que me convenceu. Bem, nesse caso, futebol antes e... deixa para lá.
Aliás, futebol é o paraíso dos bêbados solitários deste mundão de meu Deus, dane-se a burrice do videoteipe, com licença titio Nelson, você pode vê-lo no quarto do hotel, depois de curar na casa da luz vermelha suas dores de amor e futebolísticas.
Sei, camarada, é o alvinegro paulista, aquele time que deixa os proletariados felizes quando balança as redes, quando triunfa, quando está isolado no topo da tabela, todavia quando entrou aquela moça e desfilou deslumbrantemente pelo bar compreendi o verdadeiro sentido da estética nietzschiana: a dualidade apolínea e dionisíaca. Que tesão de cena!
Tenho ciência de tudo disso e, como cantou o finado Belchior, não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia nem no algo mais, tampouco em descrições baratas deste escriba que vos enche a paciência. Independentemente se for a psicanálise botequeira rechiana em que o gozo possui funções libertadoras. Não quero saber! De repente, seu cronista, neste caso dá para pensar, não exagere.
Verdade. Afinal, dizem que o fascismo nasce justamente quando se reprimem os desejos sexuais. Vamos amar, ora pois. E comece observando em como elas pedem gostoso. Já reparou nisso?
Pode ser a mais feia de todas as mulheres, não importa, poetinha, elas sabem pedir, e pedem com um jeitinho... hhhhuuuuuummmmmmm, não aguento, nem meu coração selvagem. Homem é meio besta mesmo.
Bem, ilustres alcoólatras, agora é hora de molhar a palavra. Até semana que vem. Forte abraço.