JM
Música íntima #2
Tambores desconexos, coração que transborda batimentos esquizofrênicos na normalidade do dia-a-dia. Caminho calorosamente para a profundidade pragmática de minha mente.
Fios de pensamento cigano, flutuam pelas imagens rápidas do transito cotidiano. Pausa. Luzes fortes em ideias harmônicas. Pausa. Escuridão e logo, melancolia, chego a conclusões, que logo batem à porta do caos desconhecido.
Frames da luz do sol cantam a superfície, percebo que estou no fundo de minha consciência, desespero. Será que eu deveria sair daqui? Algo íntimo me aparece, me identifico, faíscas de sabedoria acariciam meu ser, meu cérebro começa a conectar pontos antes caóticos, os sons da percepção vão se tornando música.
O mar que consiste minha mente entra em erupção. Ondas fortes se formam e criam redemoinhos internos que somente as raízes conseguem sentir, sou tomada pelo medo angelical que reside em minha existência. Tento me retirar, percebo quantos eu’s se encontram reunidos sob as nuvens turvas de sussurros existenciais.
Meu coração acelera, sinto agonia, a escuridão domina meus sentidos e o caos se reina. Pausa. Um grito se sobressaí ao sangue derramado, me perturbo. Morte momentânea do luto de viver. Novamente harmonia melódica no fim da crise marítima, tento apenas juntar os pedaços de meus eu’s presentes ali em mínimo consenso.
Escuto. Pausa. Gritos e aflitos. Pausa. Argumentos. Pausa. Algo surge no silencio breve de minha confusa órbita. Talvez seja apenas o sentimento completo da pura experiência.
Ainda jogo pedras no mar das certezas para ouvir os incômodos barulhos já resolvidos. Angústia ou agonia? Me vejo só comigo mesma para refletir sob qualquer que seja o que sinto à boca do estômago. Abro os olhos, paro o mundo. Meditei sob meu silêncio conturbado.
Essa foi minha cobertura do evento Música Íntima, que aconteceu às 20:30 do dia 5/09 no Teatro da UFG. Link do evento pra mais informações: música íntima