JM
"E por acaso shopping sabe de educação?"
Cerca de 30 pessoas reunidas na porta do colégio Lyceu, que se encontra no centro da cidade. Rostos jovens, que eu particularmente nunca tinha visto em outros protestos. Cartazes e batuques improvisados. Uma quarta-feira (25) ensolarada e um calor insuportável às 17hs da tarde.
Os gritos começam e o protesto anda. A galera atravessa a rua e chega ao Banana Shopping. Ora, mas porque alunos do lyceu estão protestando contra um shopping? Eu explico, caro leitor.
A administração do Banana Shopping entregou um comunicado aos lojistas explicando que em conversa com o vice governador Dr. José Eliton e o deputado Tyrone Di Martino eles pediram para que o colégio estadual Lyceu fosse militarizado. No documento, que viralizou na internet, se justificava a militarização para que assim o centro fosse moralizado, trazendo 'segurança e transformando a escola em referência'.
O Grêmio do colégio puxou o ato por conta da disfunção do documento, "que explicita conteúdos ofensivos, preconceituosos e desrespeitosos, utilizando a militarização da instituição como forma de extinguir o atual público da região, quando na verdade reforça a utilização da educação pública como mercadoria" explica os organizadores na página do evento.
O protesto se conduziu de forma pacífica, porém, o que me chamou atenção foi o fato de que a luta secundarista não morreu. Ver alunos de 14/16 anos lutando pela liberdade da sua escola é uma coisa que nós deveríamos aplaudir de pé, não podemos calar a voz dos estudantes e o que o Banana Shopping pensa em fazer nada mais é que censura.
Que tenha cabelos coloridos, roupas estranhas, amor-livre de pré-conceitos, voz ativa e principalmente: luta. Os alunos não irão se calar pura e simplesmente pelo poder do capital, e muito menos por escolas militares, não se mata um ideal e não se vende educação.