JM
Sua dor, meu luxo
Dentro desse sistema solar está nossa casa, o Planeta Terra. Querendo ou não, amado leitor, nós estamos aqui e agora neste planeta, uma casa coletiva, onde todos temos afazeres, limpar cômodos que estão sujos, cuidar do jardim, regar, tirar as ervas daninhas e manter nosso habitat um lugar realmente habitável.
Bom, dentro das nossas casinhas, no nosso conforto do sofá ou da cama, onde podemos ter acesso as mais diversas informações e conhecimentos através dos nossos gadgets, às vezes esquecemos que esse planeta é muito grande e que tem lugares que não temos noção de quão mal habitável se encontra. Em diversas partes do planeta a ambição dos governos e de empresas internacionais tomam conta e abusam da boa vontade das pessoas que, sem ter para onde correr, são obrigadas a ceder suas vidas às empresas, seja com mão de obra escrava ou apenas perdendo suas casas e famílias para a poluição desenfreada. As empreiteiras e multinacionais utilizam de lugares onde se possuí abundante natureza para poder desmatar e assim fazendo a manutenção de nossa vidinha baseada no consumismo, causando envenenamento nas águas, impedindo, por exemplo, ribeirinhos que vivem de pesca de trabalharem e terem suas vidas confortáveis como tinham antes das empresas invadirem seus locais e os deixarem totalmente desamparados.
Isso é algo que acontece em todos os lugares do nosso Globo Terrestre e em todas as esferas do consumo: de eletricidade, principalmente no Brasil (com empresas que constroem hidrelétricas desenfreadamente em locais onde os meios de difusão não passam as informações à população para não causar revolta devido ao imenso desmatamento causado), do consumo de alimentos industrializados - dando mais atenção à carne, devido a emissão de gases poluentes na atmosfera, uma vez que durante a digestão, os animais produzem gás metano, um dos principais responsáveis do efeito estufa (lembrando que a maior parte desta indústria se encontra no Brasil, que exporta a carne para outros países).
Assim como o mercado da moda, uma indústria que causa um impacto ambiental gravíssimo na emissão de poluentes na água de tinturas de tecidos, onde há lugares, como em Bangladesh, na Índia, em que as pessoas já estão acostumadas a terem filhos deficientes e esperando suas mortes, devido a poluição da água que eles tomam, além da falta de assistencialismo social das grandes marcas para em relação aos trabalhadores e as fábricas, que contratam costureiras por 2 dólares/dia, em péssimas condições de trabalho, sujeitas a morte como o prédio de 8 andares que foi desmoronado em 2016, matando mais de 1000 trabalhadores. E mais uma vez, somente para continuarmos com nossas roupinhas de marcas famosa. Sim, são as grandes marcas que fazem estes leilões de trabalho escravo pelas empresas, onde a mais barata ganha o trabalho.
Enfim, há muito acontecendo, as informações estão chegando para pensarmos e questionarmos os por quês. Será pura maldade dos detentores do capital? Será que causaria um prejuízo muito grande poder ajudar quem precisa e quem faz as coisas por nós? Seria muito sacrifício dar moradia digna a quem perdeu suas casas em tragédias como a de Mariana- MG? Já que todo o ecossistema foi perdido daquela região. Enfim, perguntas sem respostas, mas o que vale é a indignação e o sentimento de mudança que pode surgir dentro de cada um de nós. Dá sim pra viver uma vida em equilíbrio e abundância sem precisar de sangue humano pra isso.
O que podemos fazer?
A princípio, nos informar.
Ir atrás pra saber como é feito o que consumimos, ter um pouco mais de empatia e se colocar no lugar da pessoa que perdeu tudo pra nos dar o nosso conforto, nossa eletricidade, nosso vestuário e nosso alimento. Será que vale a pena consumir tanto?
Não ser, pelo menos, complacente com as atuais práticas capitalistas de destruição ambiental e social, pode ajudar bastante, pela simples prática de valorizar o que é nosso, o trabalhador local, seja o agricultor que vende verduras sem agrotóxico, a vizinha que faz roupas, a outra que aproveita do óleo velho de cozinha pra fazer sabão, enfim, sabendo diretamente quem faz seus produtos, como é feito, se causa danos ao meio ambiente, entre outras vantagens que pode surgir da economia criativa, que ainda é uma dificuldade de ir pra frente devido às pessoas ainda não se atentaram ou acharem que o que é feito pelo vizinho não tem valor.
Sair da nossa bolha social está sendo parte fundamental dentro deste processo de despertar social, político e econômico, ter consciência dos danos e dos males do mundo e boicotar as grandes marcas. É hora de parar de olhar pro próprio umbigo e olhar o coletivo, se colocar no lugar do outro, sentir a dor e lutar de alguma forma pela mudança.
Nosso Planeta Terra é uma grande Mãe, geradora, portadora e reprodutora de tudo o que precisamos pra viver em paz e em harmonia. Se grande parte se atentar aos erros que cometemos diariamente e tentar mudar nem que seja uma coisinha, podemos alcançar grandes resultados, além de vivermos em paz com nossas consciências. Mude enquanto é tempo, não espere que aconteça algo para que você possa mudar. Espalhe a mensagem.