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  • Rosângela Aguiar

Encontro de culturas e troca de saberes acontecem na Praça do Chafariz durante o 20º FICA


Exposição indígena na Praça do Chafariz, Fotos: Júlia Lee


Dar voz aos povos do cerrado; promover a integração entre estes povos e a comunidade local e visitantes; valorizar as diferentes culturas e hábitos e a troca de saberes fazem parte da 20ª edição do FICA. Na Tenda Multiétnica montada no gramado da Praça do Chafariz, na cidade de Goiás, é possível conversar com quilombolas de duas regiões do estado de Goiás – Kalungas, de Cavalcanti, e do Recanto Dourado. Apreciar doces e se encantar com cocares, colares e pulseiras dos Avá-Canoeiros, Xavantes, Kariri-Xocó, Tapuias, todos de Goiás e os Tapirapé, do Mato Grosso.


E resistência é a palavra de ordem para estes povos que sofrem com a ação de madeireiros em suas reservas e as inúmeras tentativas de acabar com a cultura e costumes indígenas por religiosas. Uma investida que começou no descobrimento do Brasil e que perdura até hoje, como o público pôde ver já na abertura durante a exibição do filme Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi.


A tribo Tapirapé, que vive na reserva na região Confresa no Mato Grosso, apresentou na tarde desta quarta-feira, 6 de junho, o Ritual do Pássaro, rito de passagem dos meninos para a vida adulta. As crianças de uma escola municipal de Goiás se encantaram e participaram da dança sem entender bem o que significava, mas a proximidade com os índios, algo que eles veem nas aulas de geografia e história, é enriquecedora para o aprendizado de respeito às diferentes culturas existentes no país.


“Estou vendo coisas que não conhecia, aprendendo e contando histórias do nosso povo e isso é muito bom”, comentou Diogo Tapirapé, da tribo mato-grossense. Ele veio com a mulher e os três filhos pequenos, que falam a língua Ãpyãwa, pertencente ao tronco tupi-guarani. Diogo reclama da invasão de grileiros, madeireiros e do assédio sofrido por parte de religiosos. “Mas somos resistentes e passamos nossa cultura e língua nas escolas para as crianças”.


Entre os quilombolas, os Kalungas, moradores de Cavalcante no norte do estado, já participam do FICA há algum tempo. Este ano eles estão vendendo rapadura, melado, broaca (malinha para carregar no cavalo) e açúcar. E todos estes povos participam da troca de saberes.


PRAÇA DO CHAFARIZ: PONTO DE APRENDIZADO E DE SERVIÇOS




Além da troca de saberes, o gramado da Praça do Chafariz também abriga local de serviços ambientais e doação de mudas de plantas nativas do cerrado. Para quem gosta de pescar, é possível retirar a licença de pesca, já que está chegando a temporada do Araguaia, uma tradição goiana quando famílias inteiras praticamente se mudam para barracas às margens do Rio Araguaia.


Quem tem dúvidas ou precisa fazer licenciamento ambiental, a tenda da Secima irá funcionar como ponto de serviços ambientais. E todas as manhã tem rodas de conversas sobre os mais variados assuntos como alimentação e desenvolvimento sustentável.


As tendas funcionam durante todo o dia no gramado da Praça do Chafariz.

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