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  • Foto do escritorJM

A Maconha e o Golpe de Estado

A primeira manifestação de rua, no Brasil pós-golpe, foi a oitava Marcha da Maconha, na cidade de São Paulo. No contexto da ruptura institucional de abril de 2016, tendo o ilegítimo presidente Temer ainda em mandato provisório, as dúvidas em relação à repressão eram grandes, mas, com sua realização pacifica e sua continuidade em 2017, ficou óbvia uma das faces desse Golpe de novo tipo. O ato pré-agendado contava com o contexto de avanço legal das pautas anti-proibicionistas conquistados ao longo de sete anos de luta aberta.


Em 2018 a Marcha São Paulo completou uma década, e junto com todas as outras Brasil afora, alcançou uma frequência exemplar, com total liberdade de expressão e liberdade de uso, contando com a conivência das forças policiais em relação à planta fumada, ou ingerida, durante os atos.


O que se revela na continuidade das aparências é contrário à realidade da segurança pública. Com escalda reacionária contra direitos individuais e sociais no que se refere às drogas, a mesma polícia que acompanha as Marchas da Maconha em todo o Brasil, está sendo organizada para exterminar impunemente os cidadãos das periferias e o poder econômico e cultural que eles construíram através da contestação aos centros e ao poder estabelecido.


O golpe institucional mantém sua legitimidade por um fio. O Sistema único de Segurança Pública (SUSP), por meio de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional em 16 de maio e sancionado por Temer nesta segunda-feira, 11 de junho, vem financiar os estados e municípios com vistas a uma integração das polícias federais, militares, e as guardas municipais em conjunto com as secretarias da pauta em cada estado e cidade.


Com orçamento bilionário, 4,3 até 2022, a integração das forças de segurança, vinda do governo mais impopular da história do país, deve representar um verdadeiro golpe dentro do golpe, o recrudescimento da violência que a guerra às drogas, já há 50 anos instalada no continente, traz.


Os democratas em geral, e o movimento anti-proibicionista em particular, se vêm forçados a uma unidade se considerarmos que uma nova onda de segregação policial e terror de estado se aproxima.


As Marchas da Maconha seguem pacíficas em todo o Brasil, mas até quando? O Rio de Janeiro já demonstrou a falência da atual gestão pública da segurança militarizada. De agora em diante haverá intervenção militar nas periferias de todas as cidades brasileiras.


A luta continua, mas devemos estar preparados para o pior!

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