- Júlia Lee
A verborragia encontrada dentro das redações da terra do pequi

Foto: Arquivo O Globo
Quem já trabalhou nos grandes veículos de comunicação em Goiânia já teve ter presenciado alguma cena de opressão psicológica pelos chefes e manda-chuvas midiáticos. Censuras, humilhações e mansplaining são algo recorrente dentro das redações da terra do pequi. Estaria o jornalismo goiano na sarjeta?
Bem, caro leitor, te digo que não há nada novo sob o sol. A imprensa goianiense tem o histórico de atrasar salários e ter problemas trabalhistas empurrados para dentro da grande máquina burocrática jurídica, isso acontece por mais de décadas e todos os jornalistas sabem dar o nome aos bois quando o assunto é a mídia tradicional.
Sabe aquele seu colega de faculdade que foi parar como estagiário dentro de um jornal de médio porte que começa com H maiúsculo de Hetero Fragile? Pois é, ele trabalhava mais de 10 horas recebendo atrasado a mixaria de uma ajuda de custo, sendo o estágio obrigatoriamente 6 horas de trabalho pela legislação (LEI Nº 11.788, artigo IV, item II). Ou aquele famoso jornal comprado do estado que tem a fama de atrasar pagamento durante meses para os jornalistas, aquele que tem mais de 15 milhões em dívidas trabalhistas e que passa por uma recuperação fajuta, uma vez que o administrador indiciado pela justiça jamais pisa na empresa e os atuais funcionários continuam recebendo esmolas em “vale”, esse mesmo.
Quiçá devemos citar aqui aquele famoso jornal televisivo, onde seu apresentador abusa psicologicamente dos seus funcionários como se fosse um rei do jornalismo. A lista é grande de casos de machismo nesse local.
Mas agora eu te pergunto, não deveria o sindicato dos jornalistas fazer alguma coisa sobre? As faculdades? ALGUÉM??? Pois é, acontece que a maioria dos jornalistas não é sindicalizado, o que deveria ser uma força contra os grandes donos da mídia acaba virando um lambe saco da CUT, que por sua vez não se importa muito com a integridade dessa profissão com condições mal ditas. Já as faculdades só querem enfiar profissionais medíocres dentro do mercado de trabalho, pessoas que aceitam ser tratadas como lixo e manipuladas pela rotina da Super Fast News, aquelas sem contexto e muita das vezes sem verdade.
E cá estamos, em pleno 2018, próximo das eleições mais tensas desde a redemocratização, com fascistóides atiçados nas grandes cadeiras do poder, com suas mordaças para a esterilização do escravo das notícias. De fato, nada de novo sobre a imprensa goiana.