- Júlia Lee
Uma fagulha de resistência no centro da cidade
Novo ciclo de liberdade se inicia no coração de Goiânia, a Casa Liberté abre as portas nessa quinta-feira (04)

Foto: Divulgação (Maria Luiza Graner)
Dizem que em tempos sombrios de repressão é quando o subversivo ganha força. Nessa quinta-feira (4), Goiânia vai conhecer uma nova forma de se experienciar cultura, afinal, a forma absurda como as realidades se chocam comprovam que a resistência é de fato necessária. Na cidade dos coronéis, a cultura é somente um produto mercadológico e consumista, e um lugar que abre com a intrínseca necessidade de sentir a cultura e não somente consumi-lá, de fato, deixa a curiosidade no ar.
Nessa torre de babel, onde a sociedade engole o próprio tempo vendido, as almas pulsam por lugares que a superficialidade não existe. Com cores intensas e projetos que se complementam em existência, a Casa Liberté vira residencia da Mulher Barbada, Aurora estúdio de tatuagem, o ateliê Rabiscos e Escarros, da editora libertária Escultura Produções Editoriais e da redação do nosso querido jornal Metamorfose.
Segundo Heitor Vilela, que é jornalista, ilustrador, agitador cultural e dono da Liberté, o nome da casa tem referência "as insurreições de Maio de 68' em Paris, que neste ano completaram 50 anos e que até hoje influenciam movimentos culturais e políticos em todo o mundo. Liberté, pichado em muros da capital francesa e agora a nível de memória nesse novo espaço contracultural em Goiânia", explica.
A inauguração da casa vai rolar a partir das 17hs da tarde, com discotecagem com vinil de Heitor Airplane, show de Cacau Mila - que é feminista, mãe solo, radialista e tem um projeto de música autoral e MPB; show do Projeto 8 cordas com os ativistas Pedro Constantino e Karl Marx e finalizando a noite teremos a discotecagem em vinil da galera do Tropikaos.
Arte em movimento?
Fotos da exposição a céu aberto dos artistas Rustoff e Renan. Fotos: Júlia Lee
A casa tem uma galeria interna com artistas independentes da cena goiana, buscando sempre ter o preço acessível ao público e fortalecer o artista. Com exposições temáticas e individuais, a casa vai abrigar uma rotação de experiencias com todo tipo de arte possível, assim como a galeria a céu aberto, que ainda está em mutação.
Os artistas Rustoff e Renan Accioly já ocuparam algumas paredes da Liberté, outros artistas convidados ainda vão criar painéis, como a queridíssima Deep Alpa.
"A Liberté é um espaço cultural diverso, com espaço para exposições de artistas independentes, shows musicais, debates, rodas de conversa e todas formas de manifestações artísticas possíveis dentro do casarão", explica Heitor Vilela.
