- Júlia Lee
Esquizofrenia coletiva

Performance MÍDIA HUMANA, de Geovani Santos. Foto: Maria Luiza Graner
Pessoas comuns, com mundos adormecidos em cada pensamento frívolo. Nada os preocupa, o vazio ecoa pelos olhares estáticos que não sabem o que esperar, afinal o futuro é uma grande ilusão do presente.
Bicho. Acuado. Privado? Procuro e cuido, com cuidado fico assustado. Talvez eu veja o escuro das almas despedaçadas, eu sei do sangue. Será que conseguem ver também? Testo a aparição, a voz encontrada.
Toco com os entendimentos do acaso, ainda sou poesia, mesmo com a eresia da vida. Selvagem. Não me importa os gritos, escuto o desespero de quem não aparece entre os mundos.
Perdidos. Iludidos. Calados. Imperceptíveis os donos do poder controlam o mundo.
Moldes de tempo-espaço, frágeis como a secura, escura. Claras como o calor de uma possível vida. Sufocadas com a percepção de uma repetição do silêncio.