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  • Gabriell Araújo

A Crise no PSL

Política

Bolsonaro tenta salvar sua imagem após escândalos eleitorais atingirem o Partido Social Liberal

Jair Bolsonaro começa a procurar modos de se distanciar do PSL, até mesmo seus advogados já estudam maneiras de reduzir os riscos e os danos de uma possível desfiliação. Caso a saída realmente ocorra, um dos problemas mais graves para ser enfrentado seriam as possíveis perdas de mandatos para um suplente daqueles deputados que decidirem seguir o Presidente da República. Essas atitudes não são motivo de espanto, pois é um episódio costumeiro dentro da carreira política de Bolsonaro, uma vez que em seus nove mandatos como representante do povo, ele já pertenceu a oito partidos distintos.


Caso haja um rompimento entre o Partido Social Liberal e Bolsonaro, existem algumas alternativas prováveis; a primeira é o ingresso em um partido já consolidado, como o Patriotas, que há um tempo semeia uma boa relação com o presidente e que por pouco não o lançou como candidato à presidência. A segunda é uma filiação a União Democrática Nacional (UDN), que está em processo de recriação uma vez que já foi a segunda maior bancada do Congresso Nacional na década de 60; também resta uma terceira possibilidade, menos provável, que é a junção desses dois partidos.


Por mais que ele esteja participando ativamente da política há 30 anos, se comporta como um político anti-político e tenta ao máximo se afastar do escândalo das candidaturas laranjas, mesmo que seja quase impossível não ligar seu nome aos casos. Uma vez que, Bolsonaro teve um grande controle da máquina partidária durante as eleições de 2018, tanto que o presidente do partido, Luciano Bivar, se ausentou para que Gustavo Bebianno, até então braço direito de Jair Bolsonaro, pudesse operar com mais liberdade.


Engana-se quem pensa que toda essa situação está ligada exclusivamente às candidaturas laranjas, na verdade, a maior parcela de culpa está relacionada a disputa de poder e de controle das eleições de 2020, já que Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro controlam os diretórios do partido no Rio de Janeiro e em São Paulo respectivamente, e buscam o poderio integral referente às candidaturas dessas duas cidades, causando um grande desgaste interno; maior prova disso é que Marcelo Álvaro Antônio ainda ocupa a posição de Ministro do Turismo.


Uma das consequências imediatas da desfiliação, seria o enfraquecimento da base do governo, já que cerca de 35% dos deputados federais do PSL provavelmente irão seguir Jair Bolsonaro, enquanto o restante continuaria no partido de Bivar, mas tendo em consideração seu comportamento, podemos supor uma possível aproximação do centrão. Isso tornaria o restante do mandato ainda mais complicado, já que haveriam ainda mais disputas entre os blocos que compõem a Câmara dos Deputados.


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