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  • Foto do escritorRosângela Aguiar

De telespectador a futuro cineastas

Cine Ouro Preto

A sessão Cine-Escola da 17a Mostra de Cinema de Ouro Preto proporciona intenso debate entre diretores e crianças


Sessão Cine Escola - Foto: Leo Lara/Universo Produção


“Fiz uma história sobre cachorro com meu celular, coloquei uns efeitos, mas não ficou muito bom”. Esta foi a primeira experiência de Alice Eduarda da Silva Gomes, de 8 anos. Já João Rafael, da mesma idade, sonha em fazer um documentário sobre as aranhas, como elas vivem. “Mas fico só nas histórias em quadrinhos que desenho porque minha mãe não deixa eu pegar o celular”, lamenta João Gabriel.


As cabecinhas de Alice, João Gabriel e das outras 127 crianças entre 8 e 10 anos fervilhavam de perguntas e imaginação sobre como se faz um filme, custos, equipe, tipo de equipamento, após a primeira sessão do Cine Escola da 17a Mostra de Cinema de Ouro Preto.


As perguntas inesperadas pegaram de surpresa os diretores Rodrigo Soares (BH), Gabriel Arruda (SP) e Matheus Amorim (GO) que participaram do debate com as crianças após a sessão. De custos, passando por tempo para fazer um filme a técnica de stop motion, foram alguns dos questionamentos de meninos e meninas de três escolas municipais de Ouro Preto. “Foi uma tentativa e erro, começamos usando o próprio celular, e depois conseguimos melhorar” explicou Gabriel Arruda sobre a técnica usada no curta de animação “Aurora: A rua que queria ser um rio”, que tem direção de Radhi Meron.


A maioria das crianças sequer tinham ideia de como é produzido um filme até chegar na tela do cinema. “Aprendi muito, é fantástico e eu nunca tinha ido ao cinema”, conta Sofia Marcos Santos, 8 anos.


O encantamento no olhar de cada criança surpreendeu os diretores presentes. “É maravilhoso instigar a vontade e o sonho deles de, no futuro, produzir audiovisual com outros olhares”, comentou Rodrigo Soares. Ele é o diretor do curta “Um conto indígena”, inspirado na Revista Brasil, Histórias, Costumes e Lendas, editada na década de 70 e que conta um pouco a história de alguns povos originários.


E, assim, esses pequenos e, quem sabe, futuros cineastas vão mudar a cara do cinema brasileiro e lutar por mais acesso ao audiovisual, verbas e valorização.



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