- Gabriella Campos
Desprazeres do cotidiano
Afrescos da Alma

Felicidade torta, vem de vez
circundam as matas e desabrocham
cheia das flores mortas, outra vez
mata seca, da cede, onde cai o corpo
desnutro pela falta de fruto, dos bons
os galhos arranham o telhado num assopro
de noite na fúria da alma de menina
petulante coração, garota esquecida
arranham de noite, te acolhem de dia.
Evolução do retrocesso humano
Quando se cresce se perde
o conforto do não saber, melhor dizer
quando se cresce o céu desaparece
eles olham para frente, sempre em frente
em busca do não sei o que
sabe-se lá – futuro
depois que cresce, por toda a vida que resta
pessoas se encantam por matérias
gente que tem ideias, não mais sinceras
esperam colher o papel, aquele que tudo compra
quando se cresce, a tristeza enobrece
e te encolhe, quando se cresce
a gente morre.