top of page
  • Júlia Lee

Dizem que a felicidade é uma arma quente em tempos de fúria

Doce Viagem

Foto tirada no último dia 8 de março, protesto pela vida das mulheres, São Paulo - 2019.

Paro e escuto a vibração que está escancarada em minha face, cruel soco no estômago. Quiçá irmã, o sentir seja a pura essência do existir. O fogo percorre a vontade de gritar.


Reconheço os sentimentos do amor, vibro com cada mudança nos sentidos do espaço-tempo. O calor dos dias de alívio, o sol raiava pensamentos. Eu sentia felicidade genuína novamente, como um instante que passa despercebido.


Mais do que um breve relâmpago de suor, o frio tomava os ares coletivos novamente. O rio sofria, os povos morriam e a realidade transbordava em dilúvio pelas montanhas do noticiário.


Me questionava porque ainda me sentia feliz. Sim, claro que passo por momentos de medo da incompreensão, não me deixo abater. A realidade é que percebi que de nada vale a luta sem o amor. Porque nós humanóides esquecemos do amor? Ah, caro leitor, não se engane.


Falo do amor à existência, os sentimentos de perceber-se vivo. No fim do dia, nós lutamos pelo direito de sentir.


Quiçá, nos perdemos no amargurado da eterna luta. Não nos culpo, virou consequência. Porém, hoje, decidi que lutarei também pelo direito de ser feliz enquanto vejo os donos do poder caindo, um por um. Vou me deliciar com a vingança amarga que fui obrigada a engolir.


Nós merecemos vencer. Nós iremos sobreviver, e sobretudo, viver. Resistir é preciso.


Logo do Jornal Metamorfose
bottom of page