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Polícia ataca manifestantes em Greve Geral

Repressão

PM reprimiu ativistas no instante em que estavam se preparando para encerrar o ato

Foto: Júlia Lee

Estudantes e trabalhadores foram atacados na última sexta-feira (14) pela Polícia Militar paulistana durante protesto da Greve Geral, que ocorreu em diversas cidades do País contra a Reforma da Previdência e cortes na educação. Com grande quantidade de bombas de efeito moral e gás de pimenta, a repressão aconteceu no momento em que os ativistas estavam dispersos e se preparavam para encerrar o ato, no cruzamento da Avenida Paulista com a Consolação.


Na ação da PM, um homem sofreu ataque epilético por conta de uma pancada que ele teria recebido na cabeça de um policial, e caiu no chão, se contorcendo. Também houve agressões a estudantes e trabalhadores (muitos deles na faixa dos 50, 60 anos) que estavam aglomerados próximos a uma banca de revista e buscaram refúgio numa livraria que cedeu seu espaço aos militantes reprimidos pelo braço armado do governador tucano João Dória.


Como consequência, os ativistas mostraram que possuem poder de reação e estilhaçaram vidraças de diversos bancos no entorno da Praça do Ciclista e da Avenida Consolação. A polícia, que desfilou várias viaturas com giroflex ligado, passou por jornalistas, fotógrafos, trabalhadores e estudantes com o motor a mil por hora, intimidando-os pela via da tortura psicológica.


Essa foi a terceira vez em menos de um mês que a população saiu às ruas para protestar contra o Governo de Jair Bolsonaro. Isso porque recursos para todas as etapas do ensino, indo da educação básica à pós-graduação, foram contingenciados pelo Palácio do Planalto. Também há descontentamento coletivo ao projeto que pretende reformar a previdência do Brasil, com base numa ideia de capitalização implantada no Chile durante a ditadura do general Augusto Pinochet.


Segundo levantamento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade que esteve à frente da organização da Greve Geral juntamente com a Frente Sindical, a estimativa é de que “mais de 300 cidades do País” tenham registrado manifestações contra o líder de extrema-direita e seu projeto de Brasil. Os números dizem que 45 milhões de pessoas aderiram à paralisação em todo o País, incluindo autonomistas e outras ideologias, apesar da vontade dos empregadores de “demitir esses vagabundos”.


Discursos e autonomistas

O candidato à presidência da República no ano passado, Fernando Haddad, discursou contra a nova Previdência, mas focou em Bolsonaro. Ele indagou “qual é a moral de um presidente que se aposentou aos 33 anos de propor uma reforma da Previdência sem se sentar com os trabalhadores?”. Haddad lembrou ainda que durante os quase 30 anos em que o ex-capitão esteve no Congresso, não aprovou nada relevante para o Brasil.


“Se tiverem que trabalhar até os 65 anos, terão de trabalhar 50 anos, sendo 40 com carteira, pelo menos. Em um país aonde empresários não pagam o que devem ao fisco. Falo isso em frente à Fiesp, que congrega os sonegadores do país”, disse Haddad ao passar em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apoiou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e endossa o projeto de “reforma”, afirmou Haddad, na Paulista.


Também em São Paulo, o candidato ao Planalto pelo Psol, Guilherme Boulos, elogiou a iniciativa dos movimentos sociais e disse que “hoje (sexta-feira) foi um grande dia de luta”. Segundo ele, o fato de “várias categorias cruzarem os braços” mostra que a Greve Geral, ao contrário do que parte do noticiário e as redes sociais vem falando nos últimos dias, não foi o fracasso que pintam.


Embora tenha sido puxado pelas grandes centrais sindicais, a Greve Geral contou com presença de setores da esquerda autônomos. Tocando o hino de resistência ao fascismo Bella Ciau, o discurso dos jovens estudantes e trabalhadores anarquistas criticavam o “palanque eleitoral” realizado pela CUT e Frente Sindical, propondo uma saída para a solução da crise econômica por uma via mais radical.


Também estiveram presentes no protesto o coletivo Democracia Corinthiana e Corinthians Antifascista. Com simpatia ideológica aos militantes autônomos, os corintianos estiveram lado a lado com antifas e cobraram radicalização da militância esquerdista como solução para a crise.


Adilson Monteiro Alves, sociólogo e ex-presidente do Corinthians durante a Democracia Corintiana, na década de 1980, esteve presente no protesto ao lado de Ojeda, ex-diretor do Timão.

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