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  • Foto do escritorVictor Hidalgo

Notas sobre o 2 de outubro

Sociedade

Manifestações do dia 2 de outubro marcam a volta da esquerda nas ruas


Movimento Sem Teto no ato do dia 2 de outubro - foto de Victor Hidalgo


Dia 2 de outubro marcou a volta da esquerda para as ruas. Manifestações ocorreram em mais de 300 municípios, mobilizando mais de 700 mil pessoas em todo o país. Esse relato pode vir um pouco tardio, mas ainda acredito que seja importante para se ter noção de como foram em relação aos últimos atos que ocorreram no país.


Uma coisa a se destacar é como esse ato se comparar com os que foram puxados pela direita que se descolou do bolsonarismo no dia 12 de setembro.


Primeiramente, mostra a fragilidade da direita de conseguir se mobilizar nas ruas. Além do choque de realidade de que grande parte de sua base se encontra colada com Bolsonaro, e não distante dele. No final, é um grupo muito barulhento nas redes sociais, mas na hora de se mobilizar para mostrar que tem poder político, acaba mostrando sua fraqueza em público com uma demonstração pífia de força.


Já nos atos do dia 2 de outubro, existia toda uma gama de movimentos sociais participando da manifestação. Alguns fundados esse ano como o Movimento Terreiro Resiste, e outros que existem a décadas, como os sindicatos de metalúrgicos e químicos.


Algumas coisas me chamaram a atenção no começo do ato, já que como os últimos, fui cobrir aqui na cidade de São Paulo. Notei que andando pela linha amarela do metrô, uma concessão a iniciativa privada, os seguranças estavam fortemente equipados. Coisa que não vi nos outros que fui cobrir.


Já nas catracas da Consolação, estação que faz baldeação com a linha amarela, fui recepcionado por um cordão formado por policiais militares que revistavam todos aqueles que seguiam para o ato. Mas digo que isso não durou muito, fiquei meia hora esperando naquele ponto minha companhia, e eles já tinham se dispersado.


Partidos de diversos espectros da esquerda marcaram presença, como o PCB, UP, PT e PDT. Cada qual com o seu bloco, expressando sua insatisfação e revolta com o atual governo.


Vi muitas análises dizendo que os atos foram pequenos comparados com outros, e que o teor militante deles acaba afastando pessoas menos politizadas de quererem participar e manifestar sua revolta. Eu vejo de outra forma, acredito que a politização e presença desses grupos acaba enriquecendo o debate político. Não se torna uma batalha vazia e despolitizada.


O que vamos ver nos próximos meses é como essas mobilizações vão continuar ocorrendo. Talvez menores, porém, mais frequentes. Mas poder participar de um ato que eu acredito nas pautas e nas pessoas que estão lá, foi como entrar em uma câmara de descontaminação.


Confira algumas fotos do ato:




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