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  • Foto do escritorVictor Hidalgo

O povo toma as ruas contra o fascismo de Jair Messias Bolsonaro

Protestos

A primeira pedra foi lançada no dia 29 de maio de 2021 em manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em mais de 100 cidades pelo país

Manifestantes em Goiânia carregam caixão simbólico dos 450 mil mortos por covil-19 no Brasil. Foto: Juliana Bento (@cajubentoo)


No dia 29 de maio de 2021 o grito preso na gargante de milhões de brasileiros foi ouvido. Manifestações que ocorreram em mais de 200 cidades deram o tom nas ruas, mostrando que o domínio fascista do país é temporário, e a pandemia deu a vantagem nas ruas para os negacionistas por tempo suficiente. Fazer uma comparação do que aconteceu nesse final de semana com manifestações antidemocráticas bolsonaristas é ignorar a dor e sofrimento de todos que foram às ruas, do luto e desespero de estarem vivendo em um momento de ascensão do fascismo burocrático no país.


A maioria dos atos foram pacíficos, mas dois deles chamaram a atenção pela forma que a polícia tratou os manifestantes e a imprensa. Um deles sendo o caso de Recife, qual a polícia alvejou no rosto um trabalhador que nem estava participando do protesto, Daniel Campelo, de 51 anos, perdeu o globo ocular. Outra vítima da truculência da PM de Recife foi a vereadora Liane Cirne (PT), agredida por um policial militar que a alvejou com spray de pimenta.


Já em Goiás, o jornalista Marcus Vinícius Beck do Jornal Metamorfose, e um ex-membro do mesmo jornal, Heitor Vilela, sofreram repressão da polícia do governador Ronaldo Caiado (Democratas) que tentaram impedir o avanço da manifestação, sem nenhuma justificativa.


Em Goiânia, o ato contou com mais de 4 mil pessoas que marcharam entre a Praça Cívica e a Praça do Trabalhador, no centro da cidade. Fotos: Juliana Bento (@cajubentoo)


Os protestos desse sábado contaram com apoio de movimentos anarquistas, comunistas, sociais-democratas, movimento negro e organizações sociais. Foi um recado claro para o governo de Jair Messias Bolsonaro (sem partido) que o Brasil é muito maior do que ele e do grupo de fascistas que o apoiam. Porém, algo chamou a atenção nesse domingo, e não foi o silêncio do presidente sobre os atos, mas o silêncio da mídia.


Tirando a Folha de São Paulo e o El País, grandes publicações como O Globo e Estadão não acharam que a maior manifestação desde o começo da pandemia era um fato relevante para estampar a capa dos jornais. Pior, durante o protesto, as emissoras como a Globo e a CNN, não transmitiram em seus canais o ato. Um dia vergonhoso para o jornalismo brasileiro, que se diz ser oposição do governo Bolsonaro, pero no mucho.


O colaboracionismo da imprensa com o governo atual fica claro quando a mesma não noticia uma manifestação abertamente antifascista que pede por vacina, comida e impeachment. Uma análise que podemos fazer disso é que a escolha ainda continua muito difícil, e que a morte de quase meio milhão de brasileiros não é motivo o suficiente para que o povo saia as ruas, só pode morrer de trabalhar.


Os nossos irmãos colombianos já disseram, e que isso se ecoe pelo país: “Se o povo saí as ruas no meio de uma pandemia, é que o governo é mais perigoso que o vírus”. E fiquem de olho naqueles que cobriram os protestos nos Estados Unidos do Black Lives Matters, o fato relevante desse movimento não foi a pandemia de covid, e esse não foi o foco da cobertura jornalistica na época.


Manifestação em São Paulo contou com mais de 70 mil pessoas que pediam o fim do genocídio contra a população negra, pobre, indígena, mulheres e trabalhadores pela covid-19 e pelo estado policial. Fotos: Larissa Rodrigues (@riot_lari)


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