JM
O projeto genocida e neonazista de Bolsonaro e sua trupe
Editorial
Milhões de jovens vivem risco de vida ao fazer a prova presencial do ENEM, o povo amazonense morre asfixiado e um novo conceito de câmara de gás se espalha pelo Brasil: a asfixia do descaso público

Parentes de pessoas hospitalizadas passaram a comprar o insumo de uma empresa privada Foto: Bruno Kelly - Reuters
Jair Bolsonaro e sua trupe de milicos são genocidas com ideologia neonazista fascista. Sim, o presidente da república está colocando em prática seu projeto de assassinar a população brasileira que ele tanto despreza: pobres, favelados, mulheres, LGBTQIA+, crianças, jovens, idosos, pessoas de esquerda, o povo preto e indígena. Bolsonaro e sua trupe faz isso conscientemente, de forma organizada e programada.
E não vamos mais publicar matérias que não digam de forma clara: BOLSONARO É UM GENOCIDA. Seu governo é um projeto muito bem pensado e articulado desde antes do golpe de 2016.
Poderíamos citar todos os fatos que comprovem o que estamos dizendo, mas a grande verdade é que hoje, especialmente, é o primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que irá reunir mais de 8 milhões de estudantes ao redor do país em salas lotadas.
Salas com 80 alunos, em sua grande maioria jovens pretos e pardos, da periferia ou até mesmo da classe média, vão estar enclausurados por mais de 4 horas com a pressão de notas absurdas para adentrar a universidade. E de quebra, podendo morrer asfixiados – ou pior, contaminar seus familiares – em menos de 3 semanas depois da realização da prova mais importante da vida de um jovem que cursa o ensino médio.
Sim, estamos falando de câmaras de asfixia neonazistas, apoiada legalmente pelos aparatos da “Justiça” brasileira, que negou todos os pedidos de adiamento da prova.
Enquanto uns se encaminham para os campos de concentração estudantil, outros morrem asfixiados em Manaus. E vejam vocês, o assassino Pazuello – conhecido como ministro da saúde e militar de alta patente “especialista” em logística – sabia que os cilindros de oxigênio iriam acabar pelo menos uma semana antes do caos se instaurar nos hospitais da capital amazonense. O ministro foi avisado pelo governo do Amazonas, pela empresa que fornece os cilindros e até mesmo por parentes.
Ele ESCOLHEU não agir.
Em artigo publicado em seu site, Jeferson Miola afirma que: “Como em Auschwitz, o campo de concentração nazista na Polônia, em Manaus seres humanos também estão sendo mortos por asfixia. A diferença é que os genocidas brasileiros nem precisaram construir câmaras de gás; apenas desabasteceram o oxigênio. Auschwitz é aqui”.
O mais curioso é assistir o silêncio ensurdecedor das ruas, e a “esquerda” continua seus debates sobre mulheres brancas artistas que fizeram qualquer coisa. E veja bem, não estamos afirmando que críticas não devem ser feitas a qualquer tipo de expressão artística, a arte serve justamente para provocar questionamentos – seja ele qual for – porém, no atual contexto as nossas pautas andam tão distópicas quanto o próprio governo.
Estamos imersos em um ódio profundo e nós do Jornal Metamorfose já não vamos mais pregar uma conciliação ou um debate de ideias: queremos vingança. A cada um que proporcionou e proporciona esse genocídio contra o nosso povo.
Que domingo que vem possamos escrever sobre nossa revolta e não sobre nossas mortes.