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  • Foto do escritorMarcus Vinícius Beck

Otto faz show eletrizante na abertura do Bananada

Música/crítica

Repertório contou com clássicos e releituras de Odair José, Ronnie Von e Nação Zumbi



Foto: festival Bananada




Otto, cantor, compositor e percussionista pernambucano que sugira no cenário brasileiro na década de 1990 com as bandas Mundo Livre S/A e Nação Zumbi, é um dos artistas mais influentes do seu tempo, e certamente um dos mais brilhantes e interessantes. Aos 51, com quase 30 de estrada, já garantiu um lugar cativo no grupo dos principais músicos do Brasil, com uma mistura singular de mangue beat, samba, música eletrônica, rap e outros gêneros.


A apresentação que ele fez na abertura do Festival Bananada na última segunda-feira (12), no Teatro Goiânia, no Setor Central da Capital, foi tudo isso, e mais um pouco: Otto levantou o público com clássicos do disco “Acordei de Um Sonho Intranquilo”, de 2009, “The Moon 1111, lançado em 2012, e “Ottomatopeia”, de 2017. Também houve tempo para o artista mandar “Pra Ser Minha Mulher”, de Ronnie Von, e “A Noite Mais Linda do Mundo”, do goiano Odair José.


É verdade que Otto é um daqueles artistas que gostam de experimentar e descobrir novos caminhos na arte, sempre de olho naquilo que ninguém pensou. E isso é genial e o faz ser um dos mais fodas. Desde o disco “Samba Pra Burro”, de 1998, passando por Condon Black, em 2001, ele é conhecido por buscar sons ainda novos, fusões de eletrônico com rock, mas sem jamais perder a levada deliciosa da música pernambucana imortalizada por ícones como Reginaldo Rossi.


Por isso tudo que citei, não tem como esperar outra coisa do show de Otto a não ser uma puta viagem dançante pelos caminhos que os sons podem nos proporcionar. Toda a carreira dele foi guiada pela perseguição ao novo, desde os tempos em que decidiu sair do fundo dos palcos para fazer sua própria música. E, vamos e venhamos, não poderia ser uma escolha mais assertiva: Otto é uma das vozes mais cabeças da música brasileira no momento.


Com comentários do tipo “vou tomar uma quando sair daqui” entrelaçados às críticas ácidas ao governo do presidente Jair Bolsonaro – “que nem merece ter seu nome pronunciado” –, a música realizada pelo pernambucano é – talvez – a melhor maneira de compreendermos a diversidade artística como singularidade da cultura brasileira. É impossível você ir ao show e não pensar naquele velho amor enquanto músicos afinadíssimos mandam ver na guitarra, na bateria e no baixo.


Otto é um cara genial!



Ficha Técnica

Otto faz show eletrizante no Bananada

Quando: segunda-feira (12)

Onde: Teatro Goiânia

Avaliação: excelente

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