- Gabriell Araújo
Protestos na França marcam o G7
Sociedade
Enquanto os principais líderes capitalistas estavam na 45ª reunião protestos ocorriam nas ruas francesas

Foto: Reprodução
Os sete países com a economia mais desenvolvida do mundo participam de um grupo denominado de G7, são eles: Estados Unidos, França, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha e Itália. Nos dias 24 a 26 de agosto de 2019, em Biarritz, ocorreu a 45ª reunião desse grupo. Enquanto os líderes dos principais países capitalistas sentavam em torno de uma mesa e discutiam suas medidas globalistas, a população protestava fervorosamente contra essas mesmas medidas.
É inegável que esses países construíram um sistema de dominação econômica e um plano de controle ambiental que vão de encontro com seus interesses, mas interferem de maneira direta e grave nas demais nações. Por esse motivo os coletes amarelos protestam em conjunto com os militantes antiglobalização e os separatistas Bascos no último sábado (24).
Como é comum na história francesa os atos são majoritariamente constituídos por uma violência policial e revolucionária, resta aos manifestantes resistir em favor das mudanças desejadas. Não é a primeira vez que esses protestos acontecem, nem muito menos a primeira vez em que a coação física é utilizada para reprimir aqueles que se opõe ao sistema vigente.
Em 2001 na Itália durante uma reunião do G8, Carlos Giuliani, de 23 anos, foi atingido com um tiro na cabeça e atropelado duas vezes pelo motorista do jipe dos carabineiros em um protesto que totalizava mais de 100 mil pessoas que resistiam nas ruas de Gênova. Dez anos depois a Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu não responsabilizar o governo italiano por essa morte, alegando que o direito a vida do manifestante não foi violado e que os policias atiraram em legitima defesa.
Uma das hipóteses levantadas para inocentar os policiais foi que o tiro, na verdade foi disparado para cima e desviado para o rosto de Giuliani após atingir uma pedra jogada por manifestantes, o atropelamento também foi uma das acusações desconsideradas já que a sua morte foi causada pelo tiro e os dois atropelamentos ocorreram, mais uma vez, em legítima defesa.
Dezoito anos depois os protestos seguem na França e os embates entre policiais e manifestantes continuam ocorrendo, ainda mais agora em que há uma forte insatisfação com o presidente Emmanuel Macron. Na cidade de Bayonne ocorreu um confronto intenso entre os policias que jogaram bombas com gás lacrimogênio e jatos d‘água em cerca de 100 manifestantes que lançavam diversos objetos como resposta.

Foto: Sergio Perez/Reuters
Segundo a prefeitura de Biarritz, 68 pessoas foram presas durantes os protestos de sábado, acusadas de vandalismo e envolvimento nos combates com os policiais. Na sexta a tarde outros 17 manifestantes haviam sido presos após causarem incidentes semelhantes.