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  • Foto do escritorLarissa de Moraes

Soluções sustentáveis são foco da Brasil Eco Fashion Week

Moda

1º Programa de Moda Circular e Inovação busca apoiar negócios de impacto positivo, que tenham como missão a solução de problemas socioambientais ou a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente

Foto: Irina Tascheva @irinatascheva


A Brasil Eco Fashion Week lançou na última quarta-feira (15) seu 1º Programa de Moda Circular e Inovação. Com curadoria do SENAI CETIQT, a iniciativa busca apoiar soluções relacionadas à moda circular de micro e pequenas empresas, incluindo MEIs.


A BEFW entende que mesmo que a indústria da moda no país seja majoritariamente formada por esses empreendimentos, eles ainda carecem de incentivo para a implementação de modelos de negócios inovadores. As inscrições ficarão abertas até o dia 10 de julho dentro da plataforma BEFW - www.brasilecofashion.com.br/editalinovacao.


O programa procura dar suporte a negócios de moda circular, que tenham como missão a solução de problemas socioambientais ou a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente. O objetivo é incentivar o empreendedorismo, visibilidade e melhores condições para essas empresas de impacto positivo, considerado fatores econômicos, ambientais e sociais.


De acordo com a BEFW, o modelo de produção circular desafia designers, produtores, varejistas e consumidores a assumir todo o ciclo de vida de uma peça de vestuário. Atualmente, o sistema predominante na indústria da moda é o linear, responsável por extrair matéria-primas sem levar em conta o desperdício de recursos naturais e o prolongamento da vida útil das roupas. Por outro lado, a moda circular propõe que as peças tenham um recomeço, seja ao serem doadas, colocadas à venda em brechós ou transformadas em novas roupas. Além do consumo consciente, o conceito também pensa a cadeia produtiva do começo ao fim, priorizando o trabalho artesanal e a compra de pequenos fabricantes locais.


Cinco negócios de moda serão selecionados por um Comitê de Curadores formado por consultores e especialistas em circularidade e sustentabilidade. Os escolhidos receberão mentorias que têm previsão para começar em agosto, com duração até o fim de outubro. O intuito é preparar os selecionados para apresentar suas propostas para possíveis investidores durante a 6º edição da Brasil Eco Fashion Week, que será realizada em formato presencial em novembro deste ano na cidade de São Paulo.


“Pretendemos estimular o ecossistema da inovação para os negócios de moda brasileiros com foco em economia circular e sustentabilidade. Possibilitar visibilidade através do evento é nossa forma de somar com empreendedores estimulando o mercado, projetos, produtos e pessoas que estão fazendo a diferença", cita Rafael Morais, Diretor Executivo da BEFW, em comunicado à imprensa.


A Eco Fashion Week recebe profissionais, empreendedores, estudantes e consumidores de todas as regiões do Brasil, com a intenção de apresentar boas práticas de sustentabilidade na indústria da moda brasileira. Através de desfiles, workshops e exposições, o evento levanta pautas como consumo consciente, moda da Amazônia, reciclagem têxtil, diversidade, ativismo e inclusão.


Importância da sustentabilidade na moda


A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo, ficando atrás apenas dos setores de alimentos e construção. De acordo com um relatório divulgado em 2021 pelo Fórum Econômico de Davos, ela representa até 5% das emissões de gases de efeito estufa. O setor também gera uma grande quantidade de resíduos têxteis, provenientes de seus processos produtivos. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), só no Brasil mais de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis são descartados por ano.


Além disso, o trabalho análogo ao escravo ainda é recorrente na indústria da moda. Em 2018, dados publicados pelo Índice de Escravidão Moderna mostraram que 354 bilhões de dólares em itens produzidos sob essa violação dos direitos humanos tem o risco de serem importados por países do grupo G20 e que um terço deste montande são peças de roupa.


A sustentabilidade na moda repensa os métodos produtivos tradicionalmente aplicados neste setor, se atendo às questões ambientais e éticas. Ela sugere alternativas como a reutilização de tecidos usados e descartados, aplicação de corantes naturais e colas menos nocivas aos oceanos e lençóis freáticos, substituição de materiais de origem animal e o uso de fibras orgânicas, que usem menos água e produtos químicos. O movimento ainda incentiva uma produção mais socializada, sem a exploração da mão de obra e com remuneração justa.


Mais dúvidas sobre o Programa de Moda Circular e Inovação poderão ser encaminhadas ao e-mail contato@befw.com.br.

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