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  • Francisco Celso Calmon

Um presidente macabro

Opinião

Francisco Celso Calmon, do Canal Pororoca, afirma em artigo sua solidariedade à ex-presidenta Dilma Rousseff . Artigo e vídeo disponíveis na íntegra

Assista a live do Canal Pororoca com o balanço de 2020 e a reprise com a ex-presidenta Dilma Rousseff


A necessidade que o miliciano que está ocupando a presidência do Brasil tem de causar o terror, o tripúdio e a morte, cada vez espanta mais, as reações aumentam, entretanto, ele continua indiferente a tudo e disposto a continuar a causar o mal. O mal as pessoas que ele nomina e o mal coletivo à nação brasileira.


Demonstra desde os tempos de caserna o prazer em incitar o horror, o hediondo, o terrorismo, a morte, e o faz com sorrisos e gargalhadas sádicas.


Na idade média o termo macabro se referia a uma dança infernal, que representava a morte, presidindo ao tripúdio dos mortos.


“O imaginário macabro nasce e se desenvolve na cristandade medieval, mais especificamente, em seus momentos finais, na chamada Baixa Idade Média. Ele representa uma certa concepção da existência humana e se manifesta na iconografia e na literatura do período. Os temas macabros estavam em plena expansão pela Europa naqueles anos, principalmente a partir do surto de Peste Negra, iniciado em 1348, desencadeados pelo surgimento de novas considerações a respeito da morte. Uma curiosidade quase obsessiva pelo cadáver invade a arte medieval, resultando na produção de imagens e textos que devassam o corpo, insistindo em seu aspecto de deterioração – por vezes dando especial ênfase à podridão e à repugnância desse processo. Não foi à toa. Em uma época castigada por fomes e epidemias, era fácil um homem presenciar uma morte terrível e projetar, nela, seu próprio fim.” (Juliana Schmitt Doutora em Letras pela USP e pós-doutoranda em Artes, Cultura e Linguagens pela UFJF; Universidade Federal de Juiz de Fora /Faculdade das Américas; São Paulo, Brasil, 2017).


A palavra macabra é sinônimo de escuro e sombrio, fúnebre, desagradável, miserável. A palavra é um adjetivo para descrever o estado de uma situação, coisa, pessoa ou lamentos. Neste artigo serve para a situação pandêmica, para a crise econômica e para o escroto presidente.


O ensaísta britânico Thomas Carlyl usou o termo no âmbito da economia, para caracterizar à teoria de Thomas Malthus.


Não é força de expressão ou retórica quando em vários artigos afirmamos que Bolsonaro é adepto do malthusianismo e do darwinismo social.


No ambiente militar a teoria de Maltus é usada para racionalizar a guerra, malgrado ser estúpida e superada pela história. Assim como a lei do mais forte, o vença o melhor, a sobrevivência do mais apto; ou seja: aplicação mecânica do estudo do cientista Charles Darwin, na obra Origens das espécies, sobre a evolução dos organismos que melhor se adaptavam a um meio poderiam sobreviver, pela transmissão das mudanças aos seus descendentes. Os que não apresentavam as mesmas capacidades estavam destinados à extinção. O “darwinismo social”, em resumo, é a ideia de que algumas sociedades, etnias, raças e civilizações são dotadas de valores que as colocam em patamares acima das outras.


Portanto, para os adeptos dessas teorias, o extermínio de muitas pessoas, seja pela guerra ou pelas pandemias, é necessário e inevitável para o desenvolvimento econômico e evolução da humanidade.


Bolsonaro quando diz que é atleta e a covid-19 é uma gripezinha, quer expressar-se como alguém superior. Quando declara que “...vai morrer, e daí? que não pode fazer nada, que todos vão morrer um dia”; quando não se preocupa com familiares e colegas de governo que contraem o novo coronavirus; não é só falta de empatia a todos, mas é a sua crença na sobrevivência dos mais fortes, sejam as pessoas, sejam as nações.


A concepção que tem da vida é a mais primitiva e seus instintos também, racionalizados por teorias, aprendidas sem ler e estudar, pois seu desenvolvimento no Exército, como disse o seu vice, foi somente do físico, o intelecto está no mesmo nível dos ancestrais de sua espécie.


Não falo oficialmente em nome da Rede Brasil Memória, Verdade e Justiça, da qual fui coordenador nacional, mas tenho certeza que todos que dela participaram e sobrevivem comungam da mesma indignação e repulsa ao tripudio do presidente macabro à ex-presidenta Dilma Rousseff, combatente, prisioneira e torturada na ditadura militar, como todos os membros da RBMVJ. Ao visá-la com seu deboche, atingiu a todos nós e agrediu mais uma vez a Constituição brasileira.


A reação ao seu escárnio foi de todas as esferas e lideranças institucionais e sociais, contudo, não basta. O que é mister é dar um basta nele, é desalojá-lo da presidência do Brasil o quanto antes.

O canal POROROCA, ex-resistênciacarbonária, estará amanhã, às 20 horas, prestando uma homenagem a Dilma Rousseff, com quem tive a honra de ombrear fileiras da luta contra a ditatura, nas organizações Colina (Comando de libertação nacional) e na VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária).


À companheira Vanda a minha, a nossa, solidariedade.

Ousar lutar, ousar vencer. Sempre!

Ditadura nunca mais, democracia sempre mais.


Francisco Celso Calmon (Túlio da VAR), administrador, advogado, escritor.

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