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  • Foto do escritorRosângela Aguiar

Uma ode à Mãe Natureza sob o céu na Praça Tiradentes encantou quem foi a abertura oficial

Cine Ouro Preto

A noite fria de Ouro Preto foi aquecida pela magia e energia do Ritual “Caminhos de Pachamama” realizado por representantes de diferentes povos indígenas

Abertura oficial da 17ª Mostra de Cinema de Ouro Preto. Foto: Leo Lara/Universo Produção



No palco montado da Praça Tiradentes, as mulheres das etnias Kambiwá, Aranã Pataxó, Xukuru kariri, Quechua e Aymara preparavam o ritual de queima de ervas para proteção e boas energias para mãe terra, enquanto o público via e ouvia encantados o início do ritual “Caminhos de Pachamama”.


A dança, os cânticos em tom de oração, o som da flauta e outros instrumentos dos povos originários deram o tom da abertura oficial da 17a Mostra de Cinema de Ouro Preto que nesta edição gira em torno, principalmente, do cinema indígena. Após as homenagens aos cineastas Kuaray Poty (Ariel Ortega) e Pará Yxapy (Patrícia Ferreira), da etnia Guarani (RS), ocorreu a exibição dos documentários "Bicicletas de Nhanderú" e "Nossos Espíritos seguem chegando - nhe’e kuery jogueru teri" dos homenageados da noite que complementaram os apelos pela preservação da natureza e da vida dos povos originários presente no ritual de abertura.


“Caminhos de Pachamama” é um ritual multiétnico de indígenas dos Andes e de Pindorama, como o Brasil é chamado pelos povos originários e foi organizado pelo Comitê Mineiro Indígena, composto basicamente por mulheres.


Foto: Leo Lara/Universo Produção


A presença feminina durante todo o ritual mostrou a força das mulheres das diferentes etnias na luta pela preservação da mãe terra, dos territórios e a necessidade da participação dos não indígenas. No telão as imagens de cachoeiras, rios, matas, florestas e indígenas reforçaram o apelo para a união de todos os povos contra a destruição do planeta. E nos cantos uma invocação da força da luz, do amor e honra à Mãe Terra.


Preservar, transformar e persistir, temática geral do CINEOP, permeou todo o ritual “Caminhos de Pachamama” e está presente nos três eixos da mostra: História, Educação e Preservação. E também é um tributo à produção audiovisual dos povos indígenas. Após as homenagens aos cineastas Kuaray Poty e Pará Yxapy, foi o momento de se encantar com os filmes “Bicicletas de Nhanderú” e “Nossos espíritos seguem chegando - Nhe’e Kuery Jogueru Teri”. Um dos principais realizadores do projeto Vídeo nas Aldeias, o cineasta Vicent Carelli, que foi o ponta pé inicial para muitas produções audiovisuais dos povos indígenas.


Fotos: Jackson Romanelli/Universo Produção


Primeiros contatos com o Audiovisual


Na década de 1980, os primeiros equipamentos de filmagem chegavam às aldeias e, com a tutela de cineastas não indígenas, começava as primeiras produções.


E ao longo das duas últimas décadas esta situação foi mudando e os cineastas indígenas saíram das amarras do olhar não indígena e vem conquistando a independência nas produções audiovisuais, como se pode ver nos dois filmes de abertura e ao longo do Cineop, que depois de dois anos difíceis, voltou a ser presencial, mas ainda com a oportunidade de acompanhar alguns filmes e debates pelo site www.cineop.com.br.





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